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A Guerra do Mirandum
Autores
Tipología
Artigo de revista
Título da revista
Commercio de Portugal
Ano
1893
Número
4326 / 4327
Sinopse do conteúdo
[Resumo extraido da fonte]
Nunca esquecera o capitão no fragor das pelejas a imagem gentil d'uma donzella, que sendo franzina e mui moça, era o enlevo dos seus sonhos e a esperança d'uma felicidade tranquilla e doradoura. O carvalho gigante queria enlaçar-se com a fragil açucena. Essa donzella era delgada, alta, de olhos castanhos, muito dôces e muito intelligentes, cabellos castanho- escuros abundantes, tez branca como a via lactea em claras noites de janeiro. Costumava trazer ao largo do pescoço uma ampla renda muito alva, que do seu semblante fazia parecer um retrato em miniatura, gravado nas paginas de algum livro mystico deliciosamente illuminado. O seu coração era piedoso e bom. Entendia que alguns pobres, ao menos, faziam falta no mundo para conceder à alma humana o prazer inexcedivel de exerver a caridade. A caridade é, com effeito, a vida moral do christão. O que não ama, diz o Apostolo S. Paulo, está morto. O capitão chamava-se Domingos Ferrelva, era um homem alto, espadaúdo, de notavel compostura de maneiras, barba castanho-clara, olhos azues, os dois parietaes prematuramente calvos: era um homem risonho e grave, dotado de animo esforçado, mas benigno. Nascera em Riofrio nos começos do segundo quartel do século XVIII.
Notas
22 e 23-12-1893
Onde se publica pela primeira vez a Cantiga de l Mirandun. Também publicada em O Mirandez, X e XI, de 25-8 e 10-9 de 1894, e em DEUSDADO, M. Ferreira, Escorços Transmontanos, 1912, pp. 159-160.
Linguagem
Tema
Área geográfica
Palavras chave
Última modificação
2022-02-22 12:37