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O rio Côa e a pré-história recente de Trás-os-Montes e Alto Douro - Breve apontamento
Autores
Tipología
Paper
Journal title
Trabalhos de Antropologia e Etnologia
Year
1995
ISSN/Dep. Legal
0871-8121
Volumen
XXXV
Número
4
Páginas
563-567
Synopsis
[Resumo extraido da fonte]
Segundo uma hipótese plausível, o interior do Norte de Portugal poderá ter incorporado algumas componentes do sistema agro-pastoril durante o Vlº /Vº milénio A.C. VIº/Vº milénio a.C.), a partir de estímulos oriundos da Meseta, veiculados através do Douro e seus afluentes. Indícios desta "neolitização" continental parecem ocorrer nas ocupações mais antigas dos abrigos de Buraco da Pala (Mirandela) ou Fraga d' Aia (S. João da Pesqueira), localizadas não longe de Foz Côa, nas proximidades de tributários do Douro. Acompanhando a utilização dos primeiros cereais e ovicaprídeos e o fabrico da primeira utensilagem própria desta fase, podem ter ocorrido algumas manifestações de arte rupestre ao ar livre de tipo "esquemático" e/ou "sub-naturalista", detectadas nos abrigos anteriormentereferidos e em outros da Serra de Passos (Mirandela).
No concelho de Vila Nova de Foz Côa são conhecidos diversos "abrigos", revelando, à superfície, material da Pré-história Recente, cujo estudo poderá futuramente indiciar uma ocupação muito antiga dessa fase. Se tal se verificar, este reconhecimento ajudará a corroborar a cronologia neolítica, atribuída com base em critérios estilísticos, a rochas pintadas e gravadas, representandozoomorfos "sub-naturalistas", descobertas nas margens do rio Côa (Faia, Penascosa, Canada do Inferno, etc.). Com efeito, o rio Côa, tendo-se constituídocomo um grandioso santuário no Paleolítico Superior, parece ter continuado a ser utilizado como tal pelos primeiros agricultores/pastores de há cerca de 6.000 anos.
Language
Subject
Last modified
05/17/2021 - 17:54