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Riba-Côa sob o domínio de Portugal no reinado de D. Afonso Henriques: o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, de fundação portuguesa e não leonesa
Autores
Tipología
Artículo de revista
Título de la revista
Anais da Academia Portuguesa de História
Año
1962
ISSN/Dep. Legal
0870-077X
Volumen
12
Páginas
231-298
Sinopsis de contenido
[Resumo extraido da fonte]
Os dois problemas históricos aquí postos em epígrafe têm sido abordados e debatidos em íntima correlação por cronistas e historiógrafos desde o século XVII.
Formularam-se e defenderam-se duas teses ou opinões, mormente para o segundo, uma a favor da origem leonesa, outra da portuguesa. O arauto da primeira, cujas raízes mergulham na própria tradição conventual, foi Ángelo Manrique que a defendeu nos seus Anais Cistercienses. Fautores da tese portuguesa foram os dois cronistas Brandões, sobretudo o segundo, que a expenderam na Monarchia Lusytania (Fr. António Brandão deixou mais alguns dados nos seus apontamentos mss. em Cod. Alcob. hoje na Biblioteca Nacionala de Lisba, confr. os nos. 114-128 desta colecção).
Deve notar-se que o antagonismo entre as duas correntes sem sempre se revelou bem definido, defendendo alguns autores pontos comuns a ambas.
A tese leonesa recebeu novo alento no século XVIII com a dissertação académica de Fr. Manuel da Rocha, de que voltarei a ocupar-me; não obstante, foi a argumentação de Herculano que no século seguinte estabeleceu a sua primazia de modo tão vincado, que mal podería imaginar-se que ela alguma vez viesse a ser destronada.
Com efeito, os autores que nos tempos modernos voltaram a ocuparse destes problemas pronunciaram-se por forma mais ou menos precisa, com maior o menor convicção, a favor do ponto de vista de Herculano.
Contando-me também, como se vê, nesse número, proponho-me, todavia, provar agora de maneira objectiva e irrefutável qu essa tese está errada, e que por ela se falsearam os dactos hitóricos concernentes a Riba Coa, anteriores ao último quartel do século XII.
Tal desiderato obriga a uma revisão atenta das fontes, a qual no pode cingir-se à análise individualizada daquelas que especificadamente concernem aos referidos problemas, devendo também estenders-se às características diplomáticas dos respectivos dundos documentais ou chancelarias.
Foi, em grande parte, por lhe estar ainda vedado manusear o moderna ferramenta da crítica diplomática que Herculanofalhou na solução por ele proporta para esse e outros temas tratados na sua obra monumental. E de tal dericiência resultou que, ao discorrer sobre os problemas aqui em causa, viesse a reputar faltos os doumentos que encerraban todas as características de perfeita genuidade, e fidedignos os que ostentavam, bem nítido, o ferrete de falsidade.
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Última modificación
18/05/2021 - 18:06